domingo, 11 de julho de 2010

A vida sem Shrek















A DreamWorks Animation jura que Shrek Para Sempre, a quarta aventura do ogro verde mais famoso do cinema, é o episódio final de uma franquia que ajudou a erguer e a consolidar um dos estúdios mais jovens de Hollywood.

Desde 1997, com o thriller O Pacificador, passando por sucessos muito mais de crítica do que de público, como O Resgate do Soldado Ryan, Beleza Americana e Gladiador, a DreamWorks, criada por Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen, logo precisou apostar em filmes que conquistassem as massas em nome de sua sobrevivência.

Em 2001, com a assinatura de sua divisão de animação, assim nasceu Shrek, que manteve o padrão de qualidade do estúdio, aliado ao melhor apelo comercial que um filme poderia ter junto ao público. Naquela época, incrivelmente, a DreamWorks era muito mais badalada que sua mais nova concorrente: a já poderosa Pixar, que havia colocado no mercado preciosidades como Toy Story (1995), Vida de Inseto (1998) e Toy Story 2 (1999). Em 2001, Shrek chegava aos cinemas com Monstros S.A., da Pixar. Foi o primeiro ano do Oscar de Melhor Animação. E quem levou a estatueta para casa? Você conhece a história, mas a DreamWorks jamais repetiu a façanha. Mesmo que você ainda ache o primeiro Shrek melhor que Monstros S. A. (eu não), a Pixar virou o jogo e hoje é unanimidade tanto para a indústria quanto para o público. A DreamWorks Animation não.

Depois de Shrek, o estúdio não conseguiu se manter apenas com nome. Arriscou mais do mesmo, com o típico filme de malandro – Madagascar, Kung Fu Panda, O Espanta Tubarões – e, embora tenha faturado bem nas bilheterias, andou enjoando o público. A Pixar, pelo contrário, mostrou dentro de campo (ou da tela) que é melhor e mais criativa, com uma obra-prima atrás da outra.

TOY STORY VS. SHREK

Parece ironia ver a Pixar e a DreamWorks Animation lançando os últimos episódios de seus primogênitos neste ano. Na aceitação de público e crítica, no entanto, há um abismo separando Toy Story 3 de Shrek Para Sempre, com uma vantagem absurda para a terceira aventura de Woody e Buzz.

O mais impressionante é que a Pixar não precisa mais de Toy Story. Há tempos que não precisa. E a DreamWorks? Será que ainda precisa de Shrek? Acho que não, mas parece que só agora está se dando conta disso. Neste ano, o estúdio acertou a mão, vamos ser francos, pela primeira vez sem o ogro verde, graças ao ótimo Como Treinar o Seu Dragão.

Pode ser uma nova fase chegando para a DreamWorks. Tomara que Shrek Para Sempre seja apenas uma página finalmente virando. O tempo vai dizer. Mas, enquanto isso, a Pixar está 10 voltas à frente nessa corrida.

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